(Eu nunca consegui lembrar exatamente quais foram as palavras usadas por ele para o início do nosso fim.)
Eu: Então é isso!? Chegamos ao fim...
(Quis de todo jeito pedir para que ele ficasse, mas não o fiz. Teria adiandato, teria mudado algo?)
(Quis de todo jeito pedir para que ele ficasse, mas não o fiz. Teria adiandato, teria mudado algo?)
Ele: É... Você vai ficar bem?
Eu: Vou!
Esse foi nosso diálogo, nosso diálogo da despedida... simples assim.
Ele me deu um abraço, desses bem apertados, que chegam a sufocar, pediu para que eu me cuidasse e parasse de fumar.
Estas foram as últimas palavras que ouvi dele.
Na hora da partida, deu uma última olhada em volta, sorriu meio sem jeito, e nesse exato momento tive a impressão que ele diria para esquecermos as poucas palavras ditas instantes antes...
Mas ele se foi.
É incrível o fato de vivermos na mesma cidade e não nos encontrarmos.
Vi o carro dele uma única vez.
Sonhei com ele pela primeira vez, desde nossa despedida, na noite passada (o que me fez acordar as 4h da manhã e não conseguir mais dormir também me fez escrever esse texto).
Ele continua bloqueado em meu MSN desde aquele dia 3 de abril de 2010, apesar dele nunca mais ter ficado online.
O que ele não sabe, foi que fiquei bem, alguns dias depois (antes do que todos poderiam supor) fiquei bem. Entendi que todo aquele choro não faria ele voltar, não traria nosso mundo de volta.
O que ele também não sabe, foi que o que me fez ficar bem, foram as recordações: as fotos que insisto em ver e ter sempre ao meu alcance; os recados escritos às pressas por um ou outro e deixados presos à porta da geladeira que ainda guardo; que aquela camisa xadrez dele, que escondi no dia em que ele foi embora, para que ele não a levasse, ainda tenho; que nos dias de chuva revejo Amélie Poulain (primeiro presente que ele me deu), lembro ainda que esses dias de chuva eram os nossos preferidos; que aquele CD do Pearl Jam que eu adorava (e que sei que ele esqueceu de propósito), nunca mais consegui ouvir, ouço as músicas, mas não aquele CD!
O que ele nunca vai saber foi que hoje bateu saudade, saudade até das nossas brigas, que eram sempre bobas... Como do dia em que ele me disse que O Pequeno Príncipe era um livro bobo e infantil, ou quando reclamei daquele piercing na sobrancelha que ele insistia em usar e eu achava horrível, ou quando eu queria ouvir Los Hermanos e ele ACDC, quando eu queria comer comida mexicana e ele comida chinesa, ou como no dia em que eu queria assistir Mensagem Pra Você, ele um programa sobre futebol e acabamos assistindo Shrek e rindo muito.
Senti saudade, mas não tristeza.
Faz um ano amanhã.
A camisa xadrez ainda guarda o cheiro dele.
Coloquei aquele CD para tocar agora!
P.S. "Of what was everything?"
Boa Noite!
ResponderExcluirDoce,
Quem sabe, assim como Amélie, nasce um novo sentido para sua existência...Quem sabe? E então seu destino muda para sempre...
Parece lógico? - fico com as dúvidas!
Beijos
P.S.: Pelo ontem.
Ex.